Bitcoin: Layers2 com EVM

Bitcoin: Layers2 com EVM

É inacreditável, a Merlin (merlinchain.io) tem mais de 29k BTCs de TVL, é claro que só atingiu este valor porque os utilizadores estão à espera do airdrop. Depois do airdrop, possivelmente a maioria do capital vai sair do protocolo.

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Além do BTCs, a quantidade de Ordinals, BRC20 e outros que estão a ser colocados em staking é impressionante. É bem percetível a quem se destina esta Layer 2.

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A Merlin está numa fase prematura, mas a Rootstock (https://rootstock.io/) é já um projecto estável, também com EVM.

Eu acredito que neste ciclo, o grande desenvolvimento tecnológico será nas layer 2 do Bitcoin, certamente vão aparecer algumas blockchain com EVM. O mundo cripto está a mover para o ecossistema do Bitcoin. Por esse motivo seria importante, pelo menos uma, ter muita adoção e muito TVL. Se for um sucesso, talvez as pessoas comecem a fazer o mint dos NFTs/tokens na L2, em vez da L1.

No meio disto tudo, talvez surja algo interessante, mais com o ethos do Bitcoin.

Para os maximalistas mais tóxicos, isto é shitcoinagem, eu tenho uma opinião um pouco diferente, eu acho isto muito interessante, desde que o token nativo seja um sintético lastreado em Bitcoin. Eu não sou o público alvo destas layer2, mas existe uma quantidade enorme de pessoas que utilizam estes serviços diariamente. Muitas dessas pessoas querem estar no ecossistema do Bitcoin, basta ver a força que os ordinals. Bitcoin é liberdade, é para todos sem nenhuma exceção, incluído aqueles que criticam o bitcoin, mais tarde ou mais cedo vão ter bitcoin, é inevitável.

O Bitcoin necessita de ser utilizado onchain, tanto na L1 como em L2. Se não for utilizado onchain, o Bitcoin vai tornar-se APENAS numa reserva de valor. E se for apenas uma reserva de valor, a maioria da população vai preferir ter apenas CDFs. Nos CDFs, eu incluo os EFTs ( Spot e Futuros) e certo produtos financeiros de algumas Fintech, ou seja, as pessoas apenas tem exposição ao preço, não conseguem ter acesso ao BTC, ainda é pior que os IOUs das exchanges. Nas exchanges ainda é possível enviar ou receber BTC onchain, o que não acontece com os ETFs. Assim existindo utilidade/necessidade de ter BTC onchain, as pessoas são obrigadas a ter Wallet não custodiais.

A maior parte dos bitcoiners são muito relutantes em utilizar L2, basta ver o TVL da LN e da Liquid, 4600btc e 3800btc, respetivamente.

É inevitável, os bitcoiners têm de ganhar o hábito de utilizar L2, a L1 não é escalável. Ao contrário dos bitcoiners, os utilizadores cripto já têm o hábito de utilizar L2, estão habilitados a sistemas não descentralizados, a soberania para eles não é essencial. Com estes novos utilizadores, do mundo cripto, vai ajudar a crescer estas L2, vai trazer muita massa cinzenta e possivelmente muito investimento.

Eu nunca percebi, o porquê, do enorme crescimento/criação das pseudos L2 da Ethereum no último ciclo. Primeiro, estas blockchains não são L2, a meu ver para ser L2, é obrigatório ter como token nativo, um sintético lastreado no token nativo da L1. Estas pseudo L2, tem um token próprio, que tem um único objectivo, enriquecer quem teve acesso ao “pre-mining“, ou seja, os fundadores e aos VCs.

Vamos fazer uma analogia das blockchain para o mundo real, onde cada blockchain é um supermercado. Seria absurdo, eu ir ao supermercado “Continente” e ser obrigado a pagar com continentecoins. Depois ia ao supermercado “Lidl” e teria que pagar com lidlcoins. As pessoas teriam que ter centenas de moedas diferentes, uma por cada supermercado ou loja, seria um completo absurdo. É muito mais simples termos apenas uma moeda, podendo fazendo os pagamentos em todos os supermercados.

Até podemos ter mais que uma moeda, talvez duas ou três, agora existir centenas diferentes e algumas delas exclusivas para um único estabelecimento, é um absurdo.

Por isso faz todo o sentido, estas blockchain não terem token nativo próprio, mas sim terem, como moeda/token nativo o Bitcoin.