O reconhecer de um problema

O reconhecer de um problema

10 anos com taxa de juro, extraordinariamente baixa, a nível mundial, o investimento refúgio virou para o imobiliário.

Ontem em entrevista para a TVI, António Costa reconheceu que o problema tem origem na desastrosa política monetária, “apenas” esqueceu de falar da enorme impressão de dinheiro que houve, em parte, para financiar a sua Bazuca.


É verdade que a desvalorização das moedas levou o investimento refúgio para o imobiliário,  criando uma tremenda desajuste no mercado. Agora os estados estão implementando medidas/políticas mais repressivas para afugentar os investidores.

Os estados estão encostados à parede, ou não fazem nada, beneficiando os lobbies, os seus amigos, ou então cedem à pressão das populações, que estão a ficar desesperadas, cada vez mais gente a viver na rua. Em Portugal está a acontecer algo que eu nunca imaginei, pessoas com trabalho, acima do ordenado mínimo a viver na rua.

No fim das contas,  os políticos para serem reeleitos necessitam dos votos do povo, já sabemos que lado vão escolher.


O que vai acontecer a estas pessoas, se a crise chegar em força?

Se com trabalho já tem dificuldades em ter casa, o que vai acontecer se existir muito desemprego.

Possível a taxa de juro para a habitação vai manter-se alta por algum tempo, as poupanças das pessoas também estão a acabar.

As yields dos países estão em alta, somando uma dívida pública colossal que necessita de ser refinanciada, não faltará muito para que a palavra austeridade volte à baila.

Como alguém disse no passado, a economia à beira de precipício e todos os dias dá pequenos passos em frente. Não faltará muito para cair.

O aumento da oferta de habitação é algo que demora, só daqui alguns anos terá efeito, além de poder criar inflação, devido à forte procura de materiais e profissionais para a construção.

Os políticos necessitam de medidas que tenham efeitos imediatos, cada vez mais, vão endurecer as políticas para afastar as pessoas que compram casas como investimento. Os estados vão forçar o rebentar da bolha no imobiliário.

O rebentar da bolha vai criar uma recessão.


Será que os bancos vão resistir?

Como vimos no início do ano, os bancos estão com problemas.

Os países também têm problemas, mas com a dívida soberana e ainda por cima terão que recapitalizar os bancos.


Money, money, money

As “rotativas” vão trabalhar como nunca, vão imprimir tanto… é inevitável.

A desvalorização da moeda vai levar a uma fuga de capital, qual será o refúgio dos investidores? Nos últimos anos tem sido o imobiliário, mas com a possível rebentar da bolha e com políticas agressivas dos estados, será que vão optar por outra via?

Tenho uma dúvida que me inquieta, se a recessão e a impressão de dinheiro for de grande dimensão, não será mais seguro os investidores manterem-se no imobiliário, mesmo que tenham perdas devido ao rebentar da bolha. Ou seja, as perdas do rebentar da bolha serão inferiores, que as perdas se optar por outros ativos.


Se abandonar o imobiliário, para onde vai esse capital?

Talvez, ouro ou bitcoin.


Não sei, são demasiadas questões sem resposta. Uma coisa é certa, tudo isto teve origem numa política monetária desastrosa, na moeda fiduciária.

O tempo dirá.