Moedas elásticas e inelásticas

Moedas elásticas e inelásticas

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Este vídeo é um trecho deste vídeo, onde faz uma pequena descrição dos argumentos apontados pelos keynesianos sobre as moedas inelásticas.

Os keynesianos defendem que as moedas inelásticas levam ao acúmulo de dinheiro, com isso, deixa de existir disponibilidade de moeda para as trocas comerciais. Esse acúmulo de dívidas, levaria a um desinvestimento na economia, gerando desemprego.

As moedas FIAT(fiduciária), como o euro e o dólar, são moeda elástica. O ouro e o bitcoin são inelásticos, porque a sua oferta não é controlada.

Com o crescimento económico e crescimento populacional gera uma maior procura por moeda, tanto para trocas comerciais, como para reservas. Essa procura faz com que a moeda valorize, é a lei da procura e oferta. Até aqui não existe qualquer problema, a valorização da moeda não é um problema, igualmente como acontece hoje em dia, mas moedas valorizam e desvalorizam consoante a procura.

Disponibilidade de moeda

No caso das moedas inelásticas como o ouro, o único problema que poderá acontecer é de logística, a valorização da moeda em si não é um problema.

Como o ouro valorizava, as moedas já existentes passam a ter um grande valor, impossibilitando a aquisição de produtos de menor valor. Esse problema de disponibilidade, obrigaria a criação de nova moeda mas de menor dimensão, para permitir a aquisição de produtos de menor valor.

Na prática é fazer o oposto que acontece hoje com a moeda FIAT, como está sempre a desvalorizar, os bancos centrais estão sempre a imprimir novas moedas e papel-moeda com um número facial maior. A única diferença é que no FIAT criam moeda do nada, não tem lastro. No caso do ouro, obrigaria a ter ouro, teriam que adquirir novo ouro ou derreter uma moeda de maior valor e transformar em duas ou três menores.

É claro que no tempo das moedas de ouro, esta logística de criar nova moeda, tinha custo e podia existir alguns problemas de disponibilidade de moeda. Só que este problema de disponibilidade de moeda física agora já não existe, a maioria dos pagamentos são digitais. No caso do bitcoin também não é um problema, o bitcoin é divisível em 8 casas decimais (0.00000001, popularmente conhecido por 1 Satoshi ou Sat). Hoje em dia 1 sat é igual €0.00065, permitindo ao mesmo tempo fazer pagamento de biliões, como de pequenos pagamentos. No caso da Lightning Network (um sistema de pagamentos na rede bitcoin, similar ao MBWAY) a tecnologia está construída para pequenos e micro pagamentos, permitindo até 12 casas decimais, ou seja, 0.00000000001 = 1 millisat.

No caso do bitcoin não existe o problema de disponibilidade de moeda, haverá sempre moeda e sem a necessidade de qualquer alteração tecnológica.

Acumulação

Outro problema descrito no vídeo e apontado pelos keynesianos, é que as moedas inelásticas levam à acumulação de dinheiro, as pessoas tornam-se em Tio Patinhas.

Para contrariar este problema, eu prefiro responder ao contrário, ou seja, será que a moeda FIAT resolve esse problema?

A moeda FIAT não resolveu o problema da acumulação de capital, pelo contrário acentuou a desigualdade de riqueza, criando o Efeito Cantillon. O efeito destaca como a distribuição desigual do dinheiro “recém-criado” que pode levar a distorções na economia e na distribuição de riqueza, favorecendo os primeiros beneficiários em detrimento dos que recebem o dinheiro mais tarde.

Foi bem visível entre 2020 e 2023, foi a maior aceleração e mais rápida, de desigualdade de riqueza na história. Os 50% mais pobres adicionaram 900 Bilhões em riqueza financeira combinada, enquanto os 1% mais ricos adicionaram mais de 12 Trilhões (13,3x mais) .

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Como o tempo provou, o sistema fiduciário não resolveu o problema apenas acentuou.

Haverá sempre pessoas com muito mais riqueza, haverá sempre ricos e pobres, a igualdade é uma falácia. O problema não está em quem cria riqueza, é natural quem produz mais, tenha mais, necessitamos de um sistema que não dilua o dinheiro de todos (especialmente dos mais pobres) para favorecer uma minoria, os mais ricos.

Como os ricos têm muita riqueza, compram casas, empresas e outros ativos mais resilientes à inflação, têm baixa exposição à moeda fiduciária. O oposto acontece com os pobres, que estão muito expostos diretamente à moeda, logo são as principais vítimas da inflação.

A diluição da moeda FIAT tem o efeito perverso, a inflação, tem efeitos no dinheiro ganho no passado, como no dinheiro ganho no futuro. Afecta diretamente quem tem poupança na moeda, graças ao seu esforço realizado no passado. Mas também vai afetar os ganhos futuros, porque os aumentos salariais nunca acompanham a inflação, as pessoas têm uma enorme perda de poder de compra.

Como no bitcoin não é possível a diluição da moeda, a distribuição de riqueza não será tão desproporcional.

Uma coisa é certa: a moeda FIAT, não é solução para a acumulação.

Diminuição do Consumo

Outra falácia disseminada pelos keynesianos, as pessoas apenas acumulariam moeda e nunca consumiram produtos ou serviços, levando à falência das economias, gerando desemprego. É um total absurdo, apenas uma parte da população tem propensão para a poupança, a maioria é mais consumista. O número de poupadores até poderá aumentar, mas será pouco significativo, a maioria da população tem uma alta preferência temporal.

Essa redução residual até será boa, a sociedade está demasiado consumista, estamos a consumir demasiados recursos naturais, a humanidade necessita de desacelerar. Os cidadãos necessitam de usufruir, passar mais tempo com aqueles produtos já adquiridos, em vez de estar continuamente e obsessivamente a comprar novos objetos, sem tirar partido deles. É apenas o comprar por comprar, é a dopamina a falar mais alto.

As pessoas vão continuar a consumir, necessitam de comer, vestir e outros bens, ou seja, necessitam de viver. As pessoas não vivem só para trabalhar, também vão divertir-se, viajar, comprar tv maiores, novos carros, casas.

Uma parte da população até poderá mudar de estilo de vida e de consumo, mas nunca deixará de consumir. Isso sim, existirá uma mudança de consumo, em vez de comprar produtos de fraca qualidade, vão preferir comprar com qualidade, duráveis, naturalmente mais caros.

Em vez de comprar 1 smartphone de média qualidade todos os anos, vão comprar 1 smartphone de qualidade alta de 3 em 3 anos. Mais que diminuir, vai existir uma mudança de consumo e a indústria terá que adaptar-se. Certamente algumas fábricas vão fechar, mas outras vão abrir, é deixar o livre mercado funcionar.